Chega hoje às livrarias o romance Claraboia, de José Saramago. Este é um livro escrito há muito tempo, nos idos anos 50. A Fundação Saramago explica a origem do romance: " Claraboia, o romance que José Saramago escreveu antes de entrar num tempo de silêncio que durou quase 20 anos, e que, de alguma maneira, teve a sua origem na falta de respeito com que o autor se sentiu tratado. José Saramago, com 30 anos recém cumpridos, entregou o que supunha vir a ser o seu segundo romance a um amigo, com relações editoriais, que se encarregou de levá-lo a uma editora portuguesa. Que nunca o editou, decisão que Saramago poderia aceitar, mas nunca daquela forma, durante meses e anos não lhe responderam e, para além disso, não devolveram o original. Foi assim até quarenta anos depois, quando recebeu a insólita notícia de que ‘numa mudança de instalações se havia encontrado um manuscrito e que estariam muito interessados em publicar’. Saramago agradeceu a oferta mas, disse, já não é o momento, já passaram muitos anos. E não quis ver publicada ‘Claraboia’ em vida, ainda que tenha deixado escrito que os que lhe sobrevivessem poderia fazer o que pensassem conveniente." |
Mais uma oportunidade para aprofundares o universo da escrita do Prémio Nobel
José Saramago.
(...)Estavam as coisas neste pé e sem nenhuma expectativa de melhora quando o filho resolveu acabar com a desagradável situação. Apareceu em casa com a tigela de madeira e disse ao pai, Apartir de hoje passará a comer daqui, senta-se na soleira da porta porque é mais fácil de limpar e assim já a sua nora não terá de preocupar-se com tantas toalhas e tantos guardanapos sujos. E assim foi. Almoço, jantar e ceia, o velho sentado sozinho na soleira da porta, levando a comida à boca conforme lhe era possível, metade perdia-se pelo caminho, uma parte da outra metade escorria-lhe pelo queixo abaixo(...) Ao neto parecia não lhe importar o feio tratamento que estavam a dar ao avô, olhava-o, e depois olhava e a mãe, e continuava a comer como se não tivesse nada a ver com o caso.(...) Que estás a fazer. O rapaz fingiu que não tinha ouvido e continuou a escavar na madeira com a ponta da navalha, isto passou-se no tempo em que os pais eram menos assustadíços e não corriam a tirar das mãos do filhos um instrumento de tanta utilidade para a fabricação de brinquedos. Não ouviste, que estás a fazer com esse pau, tornou o pai a perguntar, e o filho, sem levantar a vista da operação, respondeu. Estou a fazer uma tigela para quando o pai for velho e lhe tremerem as mãos, para quando o mandarem comer na soleira da porta, como fizeram ao avô. Foram palavras santas. Cairam as escamas dos olhos do pai, viu a verdade e a sua luz, e no mesmo instante foi pedir perdão ao progenitor e quando chegou a hora da ceia por suas próprias mãos o ajudou a sentar-se na cadeira, por suas próprias mãos lhe levou a colher à boca, por suas próprias mãos lhe limpou suavemente o queixo, porque ainda o podia fazer e o seu querido pai não(...) |
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Pouco Aprisionado me sinto aqui E com tristeza e saudade Relembro tudo o que perdi. Chove lá fora e chove cá dentro. Não de minha vontade, Mas melancolia fomento. Para a minha alma, Escasseia alimento. Impávido e com toda a calma Deixo escapar o talento. Notoriamente, não o de escrever Mas antes o de viver… Lentamente sinto o tão meu eu morrer. Não há problema! Há-de vir um outro Porque tudo o que escrevo, Será sempre pouco.”
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Foi no dia 22 de Janeiro, pelas 21h30, na Casa da Cultura e da Juventude que
o aluno do 12º CLH, José Luciano Pires, apresentou a sua primeira obra poética,
Por Amar Demasiado.
A Professora Elsa Cerqueira, apresentou a obra e deixamos aqui um excerto do
discurso da ex-professora de Filosofia do mais recente escritor da ESA.
(...)José Pires
Ama a vida com a irrequietude própria de quem alberga uma Alma rebelde
Regulando a sua existência pela busca incessante da singularidade criadora.
Todavia, a vida, com todos os seus paradoxos, é labiríntica
Tal como a palavra escondida
Tal como a palavra emancipada
Em cada poesia.
É um ilusionista
Um inventor de palavras
Desenha cada palavra e é desenhado por ela
Cumplicidade suprema no acto de criar.
(...)
Em época natalícia, eis um livro para ler em família.
"Joana não tinha irmãos e brincava sozinha. Mas de vez em quando vinham brincar os dois primos ou outros meninos. E, às vezes, ela ia a uma festa. Mas esses meninos a casa de quem ela ia e que vinham a sua casa não eram realmente amigos: eram visitas. Faziam troça das suas casas de musgo e maçavam-se imenso no seu jardim. E Joana tinha muita pena de não saber brincar com os outros meninos. Só sabia estar sozinha. Mas um dia encontrou um amigo. Foi numa manhã de Outubro."(...) |
“Estava por escrever um grande romance sobre a Guerra Colonial Portuguesa”. Assim se refere o escritor e jornalista José Rodrigues dos Santos ao seu mais recente livro, Anjo Branco. A acção centra-se na figura do médico José Branco que em Moçambique criou o Serviço Médico Aéreo. O médico deslocava-se num pequeno avião numa época em que as condições de vida eram muito precárias, e ficou famoso como o “ anjo branco” por descer do céu vestido de branco. "Inspirei-me no meu pai: o romance conta a história de um médico que é punido pela administração colonial e enviado para Tete, um sítio perdido no coração de África conhecido por "o cemitério dos brancos"", disse o autor, em entrevista à Lusa. Jose R. dos Santos demorou vários anos a escrever este livro pois teve que fazer muitas investigações e entrevistas a pessoas que viveram a guerra colonial, e deslocou-se duas vezes a Moçambique, aos locais da acção. |
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Um livro, O Elefante Evapora-se, novo título do japonês Haruki Murakami.
17 pequenos contos aparentemente banais.
Num sufocante dia de Verão, um advogado põe-se à procura do seu gato e dá de caras com uma estranha rapariga num jardim abandonado nas traseiras de casa. Mais adiante, as dores provocadas a meio da noite pela fome levam um jovem casal de recém-cadasos a fazer uma incursão nocturna e a assaltar um McDonald’s para conseguir deitar a mão a trinta hambúrgueres Big Mac, realizando assim um secreto desejo que já vinha dos tempos da adolescência. Um homem fica obcecado pela misteriosa e incrível saga de um elefante que se desvanece em fumo e desaparece da noite para o dia sem deixar rasto. Sem esquecer as confidências de uma mulher casada e jovem mãe com insónias que passa as noites em claro, a ler Tolstoi, e acorda para a vida num mundo indefinido de semiconsciência em que tudo se afigura possível - até mesmo a morte. ( Sinopse Wook online) |
Quem o recomenda é a nossa professora Cristina Afonso, neste dia do Trabalhador.
"É o povo camponês a batalhar, do nascimento à morte, para permanecer vivo; povo que teimosamente exige o trabalho que lhe dará o pão; que pede justiça, se perseguido inocentemente; que não suporta ver a fome dos filhos e as searas por colher; povo que a pouco e pouco se conscientiza e se levanta do chão", diz a ensaísta brasileira Beatriz Berrini
Diz José Jorge Letria, no início deste livro:
"Para que não esqueças Abril
Todos os anos têm um mês de Abril e todos os meses de Abril têm um dia 25. Porém, o dia 25 de Abril de 1974 foi um dia especial para os Portugueses. Porquê? Porque o país e os seus habitantes voltaram a viver em liberdade, depois de quase cinquenta anos de tristeza e e de silêncio."
E termina dizendo:" Se um dia esqueceres de tudo quanto te contei, lembra-te, pelo menos, que Abril é todos os dias. desde que tu queiras. Essa é a melhor homenagem que poderás prestar a quem o fez."
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